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BNCC e as funções executivas

Por: Fernanda Silva Pinto Vernier

Na BNCC encontramos competências gerais que valorizam capacidades como solução de problemas, autonomia e capacidade de cuidar da vida emocional, auxiliando os alunos a serem protagonista de suas próprias vidas. Nessa perspectiva, auxiliar o desenvolvimento das funções executivas dos discentes se mostra um fator decisivo para atingir um aluno, e posteriormente um adulto, independente e autor de sua própria história. Mas o que são funções executivas?

Funções executivas são um conceito da neurociência que expressam o conjunto de processos cognitivos e de auto monitoramento que ajudam a alcançar objetivos previamente estabelecidos pelo indivíduo.
As funções executivas podem ser subdivididas em diversas habilidades. Uma das divisões clássicas em relação aos seus aspectos mais básicos relaciona três aspectos:

Memória de trabalho: também conhecida como memória de curto prazo, é a habilidade de manter em mente dados por um período limitado de tempo. A memória de trabalho permite, por exemplo, a execução de cálculos mentais, onde é necessário manter um primeiro número em mente para somá-lo a um segundo número. A memória de trabalho também nos possibilita lembrar dos itens de uma lista de compras ao ir no supermercado, sendo esse um exemplo de como a memória de trabalho é um aspecto importante do planejamento.

Controle inibitório: Esse processo cognitivo nos permite inibir impulsos ou comportamentos habituais, escolhendo comportamentos mais condizentes com o alcance de um dado objetivo. Um estudo em que crianças podiam trocar uma pequena recompensa imediata por uma mais vantajosa alguns minutos depois (o famoso teste do marshmallow), mostrou que as crianças que conseguiram esperar, apresentando um melhor controle inibitório, tendem a se tornar adultos com maior sucesso profissional e com relacionamentos amorosos mais duradouros. O controle inibitório também é importante para controlar interferências internas e externas para, por exemplo, prestar atenção na aula e não em outro eventual distrator.

Flexibilidade cognitiva: É a habilidade de alternar tarefas ou transitar entre ideias e pontos de vistas distintos. Essa habilidade é fundamental, por exemplo, para aplicar conceitos recém aprendidos em novos contextos ou para abandonar uma estratégia que não surte efeito em prol de uma nova estratégia.
Sendo as funções executivas boas preditoras de sucesso acadêmico, profissional, social e emocional, é uma ótima notícia saber que existem intervenções escolares capazes de aprimorar as FE’s, não apenas nas séries iniciais, mas também nas séries finais da educação básica.