O que muda com a BNCC?


A BNCC foi estruturada para se tornar referência nacional para a elaboração dos currículos escolares, destacando competências e habilidades que devem ser desenvolvidas em cada etapa da educação básica.

Leia e entenda o que muda para a escola, para o aluno e para o professor na educação infantil, fundamental, ensino médio e nos períodos de transição.

  • Decisões pedagógicas deverão estar voltadas para o desenvolvimento de competências.

  • Terão a BNCC como referência para elaborarem os seus currículos, sem desconsiderar as particularidades metodológicas, sociais e regionais.

Além do currículo, deverão elaborar um projeto político-pedagógico (PPP), reunindo propostas de ação escolar necessárias ao processo de ensino e aprendizagem, alinhadas aos objetivos de cada escola, envolvendo professores, alunos, pais e funcionários, permitindo o planejamento e acompanhamento dessas ações. 

O PPP coloca em prática o currículo.
– Escolas deverão estar comprometidas com a educação integral, reconhecendo que a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global.

  • Terão assegurados o direito de aprender conteúdos e desenvolver habilidades ao mesmo tempo, não importando se a escola é pública ou privada.

  • Estudarão conteúdos em progressão lógica, ou seja, a cada ano serão retomados os conteúdos, mas com maior aprofundamento.

  • Terão como principal objetivo em sala de aula o desenvolvimento de competências durante a vivência escolar.

  • Maior envolvimento e participação das famílias e da comunidade na rotina escolar.

O professor precisará se preparar para esses novos tempos e repensar suas práticas, que deverão ser centradas na aprendizagem dos alunos através de metodologias ativas, que favorecem o desenvolvimento de competências e habilidades, substituindo assim abordagens excessivamente conteudistas.

  • Refletir sobre suas práticas pedagógicas atuais.

  • Foco no desenvolvimento de competências e habilidades e não apenas em transmissão de conteúdos.

  • Estimular o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.

  • Introduzir metodologias ativas em sala de aula.

  • Utilizar abordagens interdisciplinares, que minimizem as divisões por matéria.

  • Estar em processo contínuo de formação.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, a primeira etapa da Educação Básica traz como eixos estruturantes das práticas pedagógicas as interações e as brincadeiras e vem repleta de novidades na BNCC.

  • Dividida em dois eixos: interações e brincadeira.

  • Campos de experiências: o eu, o outro e o nós; corpo, gestos e movimentos; traços, sons, cores e formas; escuta, fala, pensamento e imaginação; espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.

  • Direitos de aprendizagem e desenvolvimento:
    conviver, brincar, participar, explorar, 
    expressar, conhecer-se.

  • Faixas etárias: bebês (de zero a 1 ano e 6 meses); crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses); crianças pequenas (de 4 anos a 5 anos e 11 meses).

A passagem entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo a integração e continuidade dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos.

Torna-se necessário estabelecer estratégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para os docentes, para que a nova etapa seja construída com base no que a criança sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu percurso educativo.

Para isso, as informações contidas em relatórios, portfólios ou outros registros que evidenciem os processos vivenciados pelas crianças ao longo de sua trajetória na Educação Infantil podem contribuir para a compreensão da história de vida escolar de cada aluno do Ensino Fundamental.

Conversas e troca de materiais entre os professores das escolas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental – Anos Iniciais também são importantes para facilitar a inserção das crianças nessa nova etapa da vida escolar.

A etapa mais longa da Educação Básica atende estudantes entre 6 e 14 anos, ou seja, crianças e adolescentes. Na BNCC, é dividida em Ensino Fundamental – Anos iniciais e Ensino Fundamental – Anos Finais, e traz diversas novidades. Podemos destacar:

Áreas de conhecimento

Linguagens (Língua Portuguesa, Artes, Educação Física e Língua Inglesa), Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas (Geografia e História) e Ensino Religioso.

Língua Inglesa

Será ofertada nos anos finais.

Ensino Religioso

Será estabelecido como componente curricular obrigatório nas escolas públicas, mas com matrículas facultativas.

O texto final da BNCC para o Ensino Médio ainda não foi aprovado pelo Conselho Nacional de Educação. A versão provisória do documento, que servirá de base para a implementação da Reforma do Ensino médio, traz áreas do conhecimento e competências específicas de cada área, cujo desenvolvimento deve ser promovido durante essa etapa, tanto no núcleo básico como nos itinerários formativos das diferentes áreas.

Cada competência específica de área é relacionada a um conjunto de habilidades, que representa as aprendizagens essenciais que devem ser garantidas a todos os estudantes.

Áreas de conhecimento

Linguagens (Língua Portuguesa, Artes, Educação Física e Língua Inglesa), Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas (Geografia e História) e Ensino Religioso.

Língua Inglesa

Será ofertada nos anos finais.

Ensino Religioso

Será estabelecido como componente curricular obrigatório nas escolas públicas, mas com matrículas facultativas.

As áreas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Biologia, Física e Química), Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia) e Matemática e suas Tecnologias (Matemática) seguem uma mesma estrutura: definição de competências específicas de área e habilidades que lhes correspondem.

Na área de Linguagens e suas Tecnologias (Arte, Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa), além da apresentação das competências específicas e suas habilidades, são definidas habilidades para Língua Portuguesa.